Esporte educacional e transformação social
- alexandreareas
- 5 de ago. de 2014
- 2 min de leitura
O Esporte Educacional é uma manifestação do esporte com foco na inclusão social. Sua base é o processo de aprendizado e desenvolvimento integral do ser humano, não apenas a formação do indivíduo como atleta. Ele adapta regras, estruturas, espaços e gestos motores de acordo com as realidades de cada território. Mescla o saber formal, aprendido na escola e nos centros esportivos, com o saber informal, produzido pela comunidade. É uma forma de aprendizagem de valores e conteúdos onde se pode aprender jogando e jogar aprendendo.
O planejamento do esporte educacional se desenvolve ao longo do tempo e deve ser executado mediantes alguns direcionamentos, destacando-se o respeito as diversidades de gênero, biótipo, etnia, aptidões, objetivos, habilidades e táticas esportivas dos seus praticantes. Além disso promove o estímulo do desenvolvimento das habilidades e competências para favorecer a inclusão social, a cidadania e a transferência dos valores como o respeito às regras e o convívio com o vencer e o perder, bem como a transferência destes valores para a vida social.
O esporte educacional se diferencia do esporte de rendimento porque não seleciona os mais aptos, não está submetido à lógica exclusiva do rendimento máximo que está presente nas competições e grandes eventos esportivos de alto nível. É importante ressaltar que não se trata da atribuição de valor negativo à competição, como algo a ser evitado, pelo contrário, a competição dentro do processo educacional proporciona aprendizagens específicas e é pensada ou planejada para que todos a vivenciem.
Desta forma deve-se incentivar o acesso de crianças e adolescentes ao esporte, sem qualquer forma de distinção ou discriminação. Trabalhar a percepção, reconhecimento e valorização das diferenças entre as pessoas no que se refere à raça, cor, religião, gênero, biótipo e níveis de habilidades.
É importante ainda desenvolver práticas pedagógicas esportivas articuladas às demais áreas de conhecimento e o diálogo estreito com diferentes esferas públicas, como saúde, esporte, assistência, educação, entre outros.
Outra característica é utilizar o esporte como fator de educação emancipatória, baseando-se no conhecimento, no esclarecimento e na autorreflexão crítica para superar modelos. Portanto, a autonomia constitui-se na participação ativa de todos os envolvidos na estruturação do processo de ensino e aprendizagem do esporte.
É necessário reconhecer o esporte enquanto manifestação cultural e identitária. Trabalhar a cultura corporal local – jogos, danças, brincadeiras e esportes – socialmente referenciadas na comunidade, como uma importante ferramenta de ensino, de aprendizagem e de definição das identidades dos sujeitos em suas realidades locais.
Ampliar o entendimento do esporte como veículo potencial de desenvolvimento, não apenas das habilidades motoras, mas também de interação social e de processos de ensino-aprendizagem. As ações pedagógicas devem abordar os conteúdos nas dimensões conceitual, atitudinal e procedimental
No meu entendimento esta deve ser a principal função das políticas de Esporte e Lazer, no que diz respeito a transformação social, aliado a grandes eventos de repercussão voltados a formação de público esportivo e a criação de ídolos para servirem como referência
Estas, aliadas a outras ações nos mais variados setores, tem grande poder de transformação social.
Alexandre Arêas – CREF 08385 - G
Gestor de Esportes em instituições públicas e privadas, formado em Educação Física, pós graduado em Treinamento Esportivo, com diversos cursos nas áreas em que atua.
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