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Crianças, adolescentes e analfabetismo motor

  • alexandreareas
  • 6 de fev. de 2018
  • 4 min de leitura

Publicado em http://diariodoleste.com.br/flip/27-01-2018/

Olá! Hoje decidi abordar um tema que tem sido constante em meus estudos e no dia a dia das minhas atividades docentes, o Analfabetismo motor.

Para definir este problema cito as palavras do Dr. em Educação Física Luiz Robeto Rigolin que o define como “uma tendência mundial que leva crianças e adolescentes a não desenvolverem adequadamente seu repertório motor e sua coordenação, e quando se tornam adultos, têm dificuldades de realizar movimentos básicos no seu cotidiano e de aprender movimentos específicos que lhes permitam praticar atividade física e esportes.”


Um exemplo simples da importância de ter um bom repertório motor está na prevenção de quedas, o indivíduo que possui bom equilíbrio estático, dinâmico e recuperado, que sabe caminhar não só para frente como também para trás e para os lados tem muito menos probabilidade de sofrer uma queda ao tropeçar, escorregar ou ser empurrado.

Este desenvolvimento de equilíbrio o proporciona segurança e favorece a sua integridade física, independente da valência física do equilíbrio ser utilizada na prática esportiva ou não, mas fundamentais em sua rotina cotidiana.

Infelizmente existem alguns fatores que estão comprometendo o desenvolvimento motor geral das crianças e jovens, as quais destaco como causas principais a tecnologia, reclusão urbana devido à violência, falta de estímulo às atividades corporais por parte dos pais e escolas, falta do tempo e preguiça dos pais em brincar com seus filhos, zelo excessivo e superprotecionismo, carência da qualidade e quantidade das aulas de educação física nas escolas, sedentarismo adulto e o mau exemplo dos pais que não praticam nenhuma atividade física ou esportiva.

É fundamental os pais entenderem como funciona o processo de aprendizagem motora e respeitar

as particularidades de cada fase, estimulando e favorecendo este processo ao longo da infância e adolescência. Devido a reclusão urbana as brincadeiras de rua, por exemplo, não são mais estimuladas, nem mesmo nas escolas, que não reconhecem o papel que as aulas de educação física tem, aonde deveriam inclusive compensar a ausências destas brincadeiras para desenvolverem o aparato motor através do lazer.

Já repararam que a maioria dos craques da seleção brasileira de futebol vieram das periferias? Nas comunidades em vulnerabilidade social em geral a coordenação motora das crianças é melhor. Principalmente por terem menos acesso a tecnologia, devido a maiores dificuldades financeiras e por estarem mais ligados às brincadeiras de rua, a prática esportiva recreativa e diversificada. Esta carência social faz com que a criança que vive na periferia utilize da criatividade para ter lazer, com isso utilizam muito mais as valências motoras do que a criança que é criada em um apartamento jogando vídeo game.

Existe ainda uma distorção de que as aulas de educação física na escola sejam apenas praticar alguma modalidade esportiva, ao contrário disto estas devem visar desenvolver o máximo do repertório motor, principalmente entre na fase que vai da primeira infância aos 12 anos, utilizando atividades cada vez mais diversificadas que exijam equilíbrio, ritmo, coordenação motora, agilidade, flexibilidade, força, capacidade de raciocínio rápido para a tomada de decisões, além de outras valências fundamentais para um bom aprendizado motor.

As escolas devem ter preocupação em contratar profissionais de qualidade, não necessariamente os que se destacam nas competições, mas aqueles que usem as modalidades esportivas que permitam aos alunos vivenciarem as habilidades motoras de uma forma geral, utilizando as atividades físicas e esportivas para ensinar a aprendizagem motora e cognitiva. Além destes profissionais é de fundamental importância nas escolas a existência de locais, equipamentos e acessórios apropriados para estas aulas.

É na escola que se começa a despertar o interesse pelas atividades físicas, uma vez que esta experiência seja desinteressante ou até traumática, provavelmente formará um jovem ou adulto sedentários e com aversão aos exercícios corporais. Outro grande perigo está na especialização precoce, esta é muito ruim para o desenvolvimento corporal, uma vez que quando as crianças ingressam em uma modalidade esportiva, sem experimentar as demais, acabam deixando de desenvolver os demais repertórios motores que não foram exigidos durante a modalidade esportiva praticada.

Em relação a tecnologia não adianta querer tirar radicalmente esta das crianças e jovens, porém dosar o tempo de utilização associado a prática de atividades físicas e esportivas. Uma outra boa saída é optar por vídeo games que utilizem a tecnologia de sensores de movimento, aonde o jogador tenha que se mexer durante o jogo ao invés de ficar sentado no sofá com um Joystick nas mãos. Muitos pais e mães acham que vão incentivar a atividade física colocando o filho na natação, na escolinha de futebol. Mas às vezes o que a criança quer é andar de bicicleta ou de skate. A grande colaboração que os pais podem dar é mostrar as alternativas de atividades para o filho descobrir o seu caminho.

De uma forma geral não só crianças e adolescentes precisam ser estimulados a praticarem atividades físicas e esportivas, ainda os adultos, principalmente os pais, devem estar atentos a esta importância pois como sabemos crianças aprendem bem mais pelos exemplos do que pelas palavras.


Alexandre Arêas – CREF 08385 Educador físico, gestor de esportes, personal trainer, técnico de voleibol da Academia de Bombeiro Militar D. Pedro II e coordenador dos Núcleos ACE VOLEIBOL.


http://diariodoleste.com.br/flip/27-01-2018/










 
 
 

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